... Expressividade ...

"Decifra-me mas não me conclua, eu posso te surpreender! - Clarice Lispector

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Água arde na garganta igual fogo
E tomo goles de ti nessa noite...
Tim tim cavaleiro dos sonhos;
Meu corpo em versos, toma-me!
Mas espere....
Tome em goles gulosos de desejo
Antes que no raiar do sol eu suma.
Antes que seja consumida;
E quem sabe meus olhos em fechamento
Sob a morada do corpo jaz tumba;
Não suspirar pelos teus beijos!

Álcool... Cigarros... musicas... poesias!
Ah escute-me recitando que te amo;
Sob essas letras lançadas sob a alcova
Que dormes acompanhado...

Nesse momento sonho sonhos de ti
Embriagada de desejo...
A pele treme pelo recordar do toque;
Grosso toque de teu membro!

Avança a cada passada do absinto..
Verde liquido que escorre
Pelo canto de meus lábios em loucura...

Deixe-me voar sob teu corpo;
Grande dorso...
Lateja o coração, álcool, fumaça do meu cigarro!
Absinto em taças de cristais;
Que busca minha língua como a te procurar
Loucura e lucidez que não domino

Adormeço nos braços das garrafas sob a mesa
Fecho os olhos e tu vens...
Homem... menino... medo... coragem...
Cala a boca! Sufoque meu sorriso!
Bata-me em êxtase de teu cheiro
Cheiro que me entorpece;

Repare...
Estou completamente louca;
Bêbada de ti...
Cansada de ti...
Molhada completamente por ti!
Embriagada sob os espasmos do absinto
Verde fada que me leva pelo mundo;
Noite escura...

Anseios...
Sexo...
Paixão...
Amor...

Sim sim sim...
Grito teu nome entre taças secas,
Buscando o ultimo gole...
A ultima gota do gozo da garrafa que se finda...
Liquido de loucura por ti

Ah! Leve-me daqui...
Prenda-me... tua pesada mão em meu rosto
Delicado rosto agora rubro;
Me tome em goles de posse...
Acabe com essa fantasia!

Absinto sob o chão chora por melodias
Que não vem de mim,
Vem de ti que não me quer;
Que não deseja me tomar como te tomei!

Volte aqui...
Pare o tempo...
O álcool...
O cigarro...
A fumaça...
Meu corpo nu...
Lucidez e loucura!

E sob a grama de meu jardim,
Caio solitário sob rosas que não cultivo;
E mesmo assim, te vejo em posses.
Poses, sorrisos e mãos que me toma
E mergulho em tua boca...

Absinto sob o chão sorrir de mim...
Ilusão menina boba,
Morra de amores e sepulte esse gozo
Sob a molhada grama...
Nada direi ao mundo, tuas insanidades!

Não gire olhando a lua...
Poderás morrer nessa madrugada de abstinência
Abstinência de beber em goles gulosos.
Um homem que não sabes onde...
Enviado por Monet Carmo em 06/01/2017




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